Morreu nesta segunda-feira (10), o advogado Miguel Roumiê, um dos nomes mais importantes da história institucional de Rondônia.

Ele foi um dos fundadores da OAB no antigo Território Federal, em 1974, antes mesmo da criação do Estado, sendo inscrito com o número 15 da Seccional.

Roumiê presidiu a OAB Rondônia por um breve período em 1983, mas foi responsável por importantes iniciativas, como o início do processo de interiorização da advocacia. No mesmo ano, foi nomeado pelo então governador Jorge Teixeira para integrar o primeiro quadro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RO), onde tomou posse em 22 de abril de 1983.

Durante sua atuação na Corte de Contas, presidiu o tribunal em duas ocasiões (1987 e 1990), sendo reconhecido por sua atuação firme em defesa da transparência e do serviço público. Também se destacou por projetos sociais, como a criação de uma biblioteca no antigo presídio da Ilha, iniciativa ligada à sua atuação no Direito Penitenciário.

Miguel Roumiê era conhecido por sua coerência e independência institucional. Em uma ocasião, chegou a denunciar publicamente a exclusão de seu nome em uma disputa por vaga no Tribunal de Justiça de Rondônia, alegando que o processo havia sido “leiloado”.

Em 2024, foi homenageado como membro honorário vitalício da OAB-RO. Nas comemorações dos 50 anos da Seccional, foi lembrado como alguém que “ajudou a construir o próprio Estado de Rondônia”.

O presidente da OAB Rondônia, Márcio Nogueira, lamentou a perda e destacou o legado deixado pelo jurista:

“Perdemos não apenas um ex-presidente da OAB, mas um dos pilares sobre os quais nossa Seccional foi construída. Miguel Roumiê foi um exemplo de honra, coragem e espírito público. Sua história continuará nos inspirando.”

A OAB Rondônia também manifestou solidariedade à família, amigos e à sociedade rondoniense, ressaltando que Miguel Roumiê é uma das figuras mais emblemáticas da história da advocacia no estado.