A Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), por meio da Comissão Especial de Combate à Violência contra Mulheres, Crianças e Adolescentes, realizou uma reunião na última segunda-feira (9).
A reunião contou com a presença de representantes da segurança pública, judiciário, conselhos tutelares e áreas sociais e buscou discutir estratégias conjuntas para enfrentar a violência contra grupos vulneráveis.
A presidente, deputada Catarina Guerra (União), destacou a importância de compreender as causas dos crimes e reforçar o trabalho em rede.
“Se hoje nos deparamos com números alarmantes, fruto de um trabalho de apuração feito pela Polícia Civil, Secretaria de Segurança, Secretaria de Atenção Especial, Conselho Tutelar e Tribunal de Justiça, precisamos unir esforços. A Casa Legislativa está à disposição para colaborar”, afirmou a parlamentar.
Além disso, o deputado Renato Silva (Podemos) ressaltou que o aumento de casos de abuso em crianças pequenas motivou a criação do colegiado. Segundo ele, o objetivo para a comissão é somar forças com os demais órgãos.
Maioria dos crimes acontecem no ambiente familiar s5y52
A delegada-geral da Polícia Civil de Roraima (PC-RR), Darlinda Viana, alertou que muitos crimes ocorrem no ambiente familiar, e que isso dificulta a atuação direta da polícia.
“Infelizmente, são crimes intramuros. A segurança pública é limitada para alcançar todos os lares. Por isso, precisamos da educação, da saúde e da assistência social como aliados na prevenção e identificação precoce dos casos. Só assim podemos mudar essa realidade”, destacou.
A secretária estadual de Segurança Pública, Carla Meneses, informou que há recursos disponíveis para ações em junho.
De acordo com a secretária, as atividades vão envolver desde campanhas de conscientização até o cumprimento de mandados.
Além disso, o conselheiro tutelar Marcos Guimarães apresentou dados alarmantes da zona Oeste de Boa Vista em 2024, com mais de 1.600 atendimentos envolvendo crianças, incluindo casos de abuso, negligência e evasão escolar.
Rede de proteção sobrecarregada 6m52x
Guimarães alertou que os números representam apenas uma parte da realidade, já que muitos casos nem chegam ao conselho. Ele sugeriu a criação de uma nova unidade para atender a demanda crescente.
A juíza Suelen Alves, do Juizado de Violência Doméstica, destacou o trabalho com medidas protetivas. O juiz Josué Menezes apontou a necessidade de capacitação nas unidades de assistência social.
Já o juiz Esdras Benchimol, da Vara de Crimes Contra Vulneráveis, afirmou que a situação é crítica e exige um esforço conjunto. Para ele, só uma rede integrada será capaz de prevenir os crimes.
A deputada Aurelina Medeiros (Progressistas) criticou a falta de fiscalização das medidas protetivas e a atuação de conselheiros tutelares, que segundo ela, muitas vezes não estão preparados para a função.

Ações preventivas 2t2dk
A vice-presidente da comissão, deputada Tayla Peres (Republicanos), expressou preocupação com a gravidade do problema da violência em Roraima. Ela defendeu mais envolvimento da Assembleia nas ações preventivas.
Ao encerrar a reunião, a presidente Catarina Guerra reforçou a importância de fortalecer a rede de apoio e criar mecanismos legislativos para campanhas educativas e orientação às famílias.
A Comissão Especial é composta também pelos deputados Coronel Chagas (PRTB) e Joilma Teodora (Podemos), além dos nomes já citados.
O grupo continuará articulando propostas para combater a violência contra mulheres, crianças e adolescentes em Roraima.