Um advogado de 31 anos teve a carteira profissional suspensa pela OAB e foi alvo de uma operação da Polícia Civil, na última quinta-feira (12), em Roraima. Ele é investigado por aplicar golpes em clientes que somam prejuízos de mais de R$ 1 milhão.

De acordo com as investigações, o suspeito oferecia acordos judicias falsos, prometendo lucros altos e rápidos. Entre as vítimas, está até mesmo um amigo de infância do investigado.

Operação cumpriu mandados em Boa Vista e Alto Alegre 1383c

As autoridades cumpriram mandados de busca e apreensão em duas residências e no escritório de advocacia onde o suspeito atuava.

Os alvos foram localizados em Boa Vista, nos bairros Cauamé e Mecejana, e também no município de Alto Alegre, no interior do estado.

Com essa ação, já são 10 advogados investigados por golpes em Roraima em menos de dois meses. Oito deles são alvos da Polícia Federal, e dois, incluindo este caso, da Polícia Civil.

Polícia apreendeu documentos e eletrônicos no escritório do suspeito – Foto: Divulgação/ PC-RR

Golpes usavam acordos e sentenças falsas 6ns6z

Segundo o delegado Thiago Alexandre de Oliveira Leite, do 4º Distrito Policial, o advogado convencia as vítimas a investir em supostos créditos judiciais reconhecidos pela Justiça, com promessa de retorno financeiro de até 100% em prazos curtos, de 20 a 40 dias.

Para reforçar a farsa, ele apresentava processos e sentenças falsificadas, e pedia pagamento antecipado como condição para participar dos falsos acordos.

“Ele chegou a criar uma espécie de pirâmide financeira virtual, pagando parte dos lucros a algumas vítimas para incentivá-las a reinvestir”, disse o delegado.

Um dos lesados era amigo de infância do suspeito 142x4w

Ainda segundo o delegado, uma das vítimas do golpe era amigo de infância do advogado, o que mostra o nível de confiança que ele buscava criar antes de aplicar as fraudes em Boa Vista.

Durante a operação, foram apreendidos documentos e equipamentos eletrônicos que agora arão por perícia. A carteira profissional do advogado foi suspensa por ordem da 1ª Vara Criminal de Boa Vista, a pedido da PC-RR.

Agora, a investigação agora entra em uma nova fase, com a análise pericial dos materiais apreendidos. A operação contou com o apoio da Delegacia de Alto Alegre, sob coordenação do delegado Vinícius Quadros.

A ação também foi acompanhada pela Comissão de Prerrogativas da OAB-RR e envolveu 14 policiais civis. O delegado Guilherme Peres, do 4º DP, também participou da operação.