Foi condenado a 23 anos de prisão em regime fechado um homem acusado de participar do latrocínio que resultou na morte do vigilante Vanderson Vilena de Assunção, de 38 anos, em Porto Velho.

Ele não foi o autor do disparo, mas teve participação direta no planejamento e execução da tentativa de roubo que terminou em tragédia.

De acordo com a sentença do Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO), o condenado levou os criminosos até o local, adulterou as placas do carro usado na fuga e tentou acobertar os envolvidos.

A Justiça também afirmou que ele chegou a planejar a morte do autor dos disparos — uma tentativa de “queima de arquivo” para atrapalhar as investigações.

Com base nas provas reunidas, o júri decidiu pela manutenção da prisão sem possibilidade de substituição da pena ou liberdade provisória.

A Justiça classificou o crime como “covarde”, lembrando que Vanderson foi atingido pelas costas, durante o expediente de trabalho e sem qualquer chance de defesa. A vítima era pai de quatro filhos e sustentava a família.

Câmeras de segurança registram o momento do crime – Foto: Reprodução/Instragram @tvnorterondonia_

Relembre o caso

O crime aconteceu no dia 4 de novembro de 2024, na Escola Municipal Nossa Senhora do Amaro Extensão Rainha da Paz, localizada no bairro Três Marias, zona leste de Porto Velho.

Segundo testemunhas, o suspeito se aproximou da escola e pediu água ao vigilante. Enquanto Vanderson atendia ao pedido, foi baleado pelas costas. O criminoso fugiu logo em seguida sem levar nada.

A vítima foi socorrido pelo Samu e levado ao pronto-socorro João Paulo II, mas morreu no dia 9 de novembro, cinco dias após o ataque.

O vigilante era natural de Coari (AM) e estava em Porto Velho a trabalho. A família organizou uma campanha de arrecadação online para realizar o translado do corpo até a cidade natal.

Vanderson Vilena de Assunção – Foto: Reprodução/WhatsApp

Investigação aponta armação e tentativa de execução

As investigações foram conduzidas pelo delegado Daniel Braga, da Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio de Porto Velho.

Entre os depoimentos colhidos estava o de uma jovem que mantinha um relacionamento com o réu.

Por meio da interceptação do celular dela, a polícia descobriu mensagens que confirmavam a participação direta do condenado, além de conversas sobre a execução do autor dos disparos.

Também foram encontradas fotos de armas e munições no celular do acusado. O relatório final aponta que ele atuava no comércio ilegal de armamento, incluindo pistolas e armas de grosso calibre.

Autor dos disparos segue preso

O suspeito de ter atirado contra Vanderson também está preso, mas ainda aguarda julgamento. A expectativa é de que o julgamento ocorra nos próximos meses.

Enquanto isso, a condenação de um dos envolvidos é vista como um o importante para responsabilizar todos os autores do crime, que gerou comoção entre alunos, funcionários da escola e a população de Porto Velho.

Assista ao momento em que vigilante é baleado na escola de Porto Velho: