A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, adotou uma estratégia para assegurar a presença feminina na Corte durante as eleições gerais de 2026.
Ela encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma lista tríplice composta exclusivamente por mulheres para preencher uma das vagas destinadas a juristas no TSE. A votação da lista está prevista para esta quarta-feira (28).
Diferente das indicações ao STF, em que o presidente da República tem liberdade de escolha, para o TSE Lula é obrigado a escolher um nome entre os indicados pelo Supremo. Com a manobra, o presidente só poderá nomear uma mulher.
As advogadas Cristina Maria Gama Neves da Silva, Estela Aranha e Vera Lúcia Araújo compõem a lista. Vera Lúcia já é ministra substituta da Corte Eleitoral.
Auxiliares de Cármen Lúcia afirmam que a decisão considera a necessidade de manter a representatividade feminina no plenário do TSE durante o próximo ciclo eleitoral.
Atualmente, a Corte conta com a ministra Isabel Gallotti, cujo mandato termina em novembro deste ano, e com a própria Cármen, que deixará o TSE em agosto de 2026, antes das eleições. Sem essa ação, o plenário poderia ficar sem nenhuma mulher.

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Além da lista exclusivamente feminina, o STF também votará uma segunda lista tríplice, composta apenas por homens:
- José Levi do Amaral (ex-ministro da Justiça no governo Temer);
- Floriano de Azevedo Marques (advogado);
- André Ramos Tavares (advogado).
Os dois últimos já integram o TSE e podem ser reconduzidos.
Com a divisão em duas listas, Cármen Lúcia força o governo a decidir entre manter um dos ministros atuais ou substituí-lo por uma mulher, garantindo assim ao menos uma presença feminina na Corte.
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Em 2021, o então presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, fez o mesmo movimento para garantir uma indicação feminina por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro, que acabou escolhendo Maria Claudia Bucchianeri.
*Com informações de CNN